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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Projete seu Próprio Jardim



Projetar nada mais é do que planejar o espaço, é aproveitar  a área que você tem disponível da melhor maneira possível. Não importa se o espaço é grande ou pequeno, o importante é que ele seja bem organizado.

Aprenda agora como projetar seu próprio jardim em 7 passos simples:

1º PASSO) Decida antes de tudo a função desse jardim - para que você quer esse jardim? Para lazer? Para meditar? Para as crianças brincarem

Em paralelo à explicação, vou dar um exemplo para melhor entendimento:

Vamos considerar um pequeno espaço de 45m2 que eu tenho disponível na minha casa. Ele fica próximo à cozinha, por isso vou usá-lo para plantar legumes, ervas e flores comestíveis

2º PASSO) Em seguida faça uma lista de prioridades pro seu jardim - o que você quer que tenha nesse jardim? Um gramado grande? Uma piscina? Um lago? Uma área de lazer? 

Prioridades pro meu jardim:
- Muitos canteiros para plantar;
- Um canto discreto onde possa guardar minha compostagem orgânica e ferramentas;
- Uma área onde possa colocar cadeiras e mesa para tomar meu chá da tarde.
- Preservar a árvore que já existe no canto do terreno;
- Um gramado.

Coloque o que quiser, mas lembre-se de que em certos casos não será possível colocar todos os itens da sua lista (por questão de espaço, tempo, dinheiro, etc), então sempre coloque em ordem e dê preferência para os itens do topo.   

3º PASSO) Com a ajuda de outra pessoa, tire as medidas da área do seu jardim com uma trena e desenhe em um papel manteiga ou vegetal, você vai entender depois o por quê. Não se preocupe em se prender muito às formalidades do desenho técnico, mas tente ser cuidadoso na hora de desenhar para que as medidas reais coincidam com as do desenho. Não se esqueça de incluir portas, janelas e calçadas.

A régua convencional está na escala 1:100 e sugiro que comece com ela se caso achar o sistema de escalas confuso. Escala 1:100 quer dizer que 100 centímetros na vida real equivalem a 1 centímetro no desenho. Por exemplo, se você tem uma parede de 1m (100cm), você vai desenhá-la com 1cm no papel. Quanto menor o espaço, maior deve ser a escala, ou seu desenho ficará muito pequeno. 

E esse é o desenho da área do meu jardim. 


4º PASSO) O próximo passo é setorizar. Pegue a sua lista de prioridades e comece a colocar no desenho tudo que você quer que tenha no seu jardim e onde. É aqui que você começa a planejar o seu espaço - mas ainda é um estudo, não se preocupe com dimensionamento nessa fase. 

Coloque outra folha de papel vegetal ou manteiga sobre o seu desenho e faça a setorização nele - desse jeito você preserva o desenho original mas pode ver pela transparência do papel as limitações do seu espaço. Isso é apenas um rascunho para você organizar suas idéias, ele não aparece no seu desenho final, ok?

Se você sabe a orientação do local melhor ainda. Lembre-se de que o sol nasce no Leste e morre no Oeste, então a face Leste pegará o delicioso sol da manhã e a face Oeste o forte sol da tarde. A face Sul costuma ser sombreada e a Norte ensolarada. Esse conhecimento é importante na hora de escolher as plantas pro seu jardim e onde colocá-las. 

Essa é a setorização do jardim-exemplo:

Preciso ter fácil acesso ao meu canteiro de ervas culinárias, portanto, ele deve ficar próximo à porta. Quero um canteiro de ervas perfumadas atrás da minha cadeira e mesa. No canto, bem escondido da minha visão, vou colocar meu latão de lixo, meu composto orgânico e ferramentas. 


5º PASSO) Agora é a hora de dimensionar. Para isso, você deve fazer uma malha num papel sulfite - essa malha pode ser quadriculada, retangular, circular, do jeito que você quiser. Abaixo, temos uma malha quadriculada de 1x1cm (lembrando que cada 1cm dessa malha equivale a 1m no mundo real) e uma malha circular de raios 1, 2, 3 e 4cm para mostrar de exemplo. 


Recomendo que use a malha quadriculada para começar, é a mais simples. As circulares são muito charmosas, mas são mais complicadas e só causarão um efeito legal em áreas grandes. Quando tiver mais experiência, você vai poder mesclar malhas diferentes. 


6º PASSO) Você vai colocar o desenho original sobre essa malha e vai começar a traçar as áreas que foram determinadas na fase de setorização. A malha não é uma camisa de força, não se prenda demais a ela! Ela serve para orientar e para que tenha uma noção melhor do seu espaço.

Escolhi uma malha quadriculada diagonal, ângulo de 45º:



7º PASSO) Agora que as áreas estão dimensionadas e bem definidas, você pode acrescentar detalhes, cores, texturas, materiais e fazer uma lista das plantas que vai usar nesse jardim. 


DICAS IMPORTANTES

  • Deixe a imaginação fluir e não fique frustrado se achar complicado. 
  • A inspiração não vem da cabeça, vem do coração - abra-o, relaxe a mente. Nunca projete de cabeça cheia ou estressado. Você pode ter todo o conhecimento técnico do mundo, mas se não estiver aberto para receber inspiração, não alcançara um resultado harmonioso. 
  • Como tudo na vida, isso exige prática. Faça diversos rascunhos até chegar ao resultado final. 
  • Tente não usar borracha. O papel manteiga permite que você sempre mantenha o seu desenho original intacto enquanto faz diversos rascunhos sobre ele. 
  • Guarde todos esses rascunhos, pode ser que você acabe aproveitando apenas um pedaço de um e pedaço de outro - desenvolva a ideia final juntando essas partes.
  • Visite jardins ou veja fotos e tente visualizar as malhas para se acostumar a elas. 
  • Simplicidade SEMPRE! Não tente fazer projetos complicados demais e setorizados demais, a energia flui melhor em composições simples e o resultado é muito mais elegante.

sábado, 16 de março de 2013

Simbolismo - Labirinto, Mandala & Jardim de Nó




LABIRINTOS 

A menção mais antiga ao labirinto foi encontrada esculpida nas paredes de cavernas da Sardínia e acredita-se que tenham sido feitas há mais de 4 000 anos.

Labirinto Hopi 
Os labirintos em sua forma mais antiga possuiam sete anéis na espiral, mas a  cultura cristã introduziu o modelo de onze anéis, representando os onze verdadeiros apóstolos.

Seu representante mais famoso é provavelmente o de Cnossos, Creta. Segundo a mitologia grega, foi construído por Dédalo para abrigar o terrível Minotauro, ser metade homem e metade touro. Mas há evidências de labirintos em todo o mundo - como os de Nazca no Peru, da Ilha de Wier na Finlândia, da tribo Hopi nos Estados Unidos - como mostra a imagem ao lado, que impressiona em sua semelhança com uma impressão digital!

O conceito do labirinto aplicado no jardim foi desenvolvido na França e Itália junto com os parterres e ganharam popularidade na Inglaterra na mesma época que os Jardins de Nó.

Em inglês, duas palavras são usadas para descrevê-lo: o "Maze" é um labirinto onde a intenção é chegar ao centro, porém, seu caminho multicursal confunde e desorienta. O "Labyrinth" é uma forma regular - geralmente uma variação da espiral - que segue um só curso e o usuário chega ao centro simplesmente seguindo o caminho.

Labirinto Espiral Passo-a-Passo:

Música: 'When Sailors Die', Aidan Baker

O labirinto se tornou símbolo da tortuosa jornada da vida, da jornada da alma da escuridão em direção à luz ou ainda das distrações e tentações mundanas que impedem a alma de seguir seu curso em busca da verdade e do conhecimento. O labirinto é a Ordem a partir do Caos - um padrão organizado de comportamento dentro de um sistema aparentemente aleatório. Se desenrolarmos um labirinto, ele não é nada mais do que um caminho em linha reta.


É uma poderosa ferramenta meditativa para aquele que percorre seu caminho, acalmando e equilibrando a psíque, assim como a Mandala.

Adota o simbolismo da combinação do círculo com a espiral - a totalidade, a inclusão com a transformação, o transcendental. No jardim, pode ser feito tanto de cercas vivas altas e densas quanto grama a nível do chão.

"Você está andando no labirinto da vida. Sim, você está destinado a se mover para frente, mas quase nunca em linha reta. Sim, há um elemento de conquista, de início e término, mas que são pequenos em comparação com o elemento do presente, do estar aqui, agora. Nos momentos em que você parar de tentar conquistar o labirinto da vida e simplesmente habitá-lo, você vai perceber que ele foi projetado para mantê-lo seguro mesmo quando explora uma parte que parece perigosa. Você vai ver que está exatamente onde deveria estar, serpenteando por um caminho espiral que pretende levá-lo não para a frente, mas para dentro." - Martha Beck

MANDALAS 

Mandalas são utilizadas como ferramenta de meditação e contemplação. Consistem em uma série de formas geométricas repetidas, direcionando o olhar (e a mente) para seu centro, que simboliza o centro do Universo. Aliás, o motivo concêntrico é característico da experiência visionária - somos induzidos a seguir em direção a um centro, como quem atravessa um túnel, deixando a realidade ordinária para ingressar na realidade extraordinária.

As autênticas mandalas orientais chamam-se Yantras. Nelas se utilizam apenas as formas geométricas básicas - triângulo, círculo e quadrado - desprovida de qualquer representação iconográfica.

Mandalas parecem complexas, mas são na realidade muito simples de fazer. Desligue sua mente e deixe que o coração guie suas mãos:

Mandala Passo-a-Passo

Se você estiver se sentindo inseguro para começar, apresento a seguir instruções para a elaboração de sua própria mandala e um vídeo para ser usado de exemplo. Mas lembre-se de que se trata de uma atividade espontânea, intuitiva e criativa - portanto, não há regras!

Música: 'Micro Cosmos', Kitaro

1º Passo) Recomendo que utilize um papel quadrado ao invés de um retangular para ficar mais fácil de seguir a simetria. O tamanho do papel não importa, pode ser tão grande ou tão pequeno quanto quiser. Marque um ponto bem no centro da folha, está será sua semente, a partir da qual sua mandala irá crescer. 

2º Passo) Usando um compasso, faça um círculo não muito distante do centro. Faça outros círculos de circunferência maior, eles podem ser equidistantes se preferir. Esses círculos serão os limites das "camadas" da sua mandala; 

3º Passo) Divida esse círculo em quantas partes quiser (três, quatro, cinco, seis...). Essas linhas irão apenas lhe auxiliar conforme for desenhando e serão apagadas depois, então faça-as bem de leve. No vídeo, minha mandala foi dividida em quatro partes;

4º Passo) Agora você pode começar a introduzir as formas. Use canetas coloridas, lápis, giz de cera, o que quiser. Você pode se prender às formas básicas ou introduzir outras formas, como gotas, estrelas, espirais, pétalas, etc. O segredo é repetir a forma em cada segmento - faça-as com calma, para que fiquem bem idênticas. Se achar necessário, use mais linhas auxiliares. 

5º Passo) Siga adiante com calma. Uma dica importante é: vire a folha conforme for compondo os segmentos. Se estiver fazendo uma mandala fixa no chão, mova-se ao redor dela. Aplique cores se desejar. E está pronta!

A mandala apresentada virou objeto decorativo - usei tinta acrílica sobre MDF 

Podem ser introduzidas no jardim como elemento permanente ou temporário - em forma de canteiro de flores, canteiro de ervas, horta ou feita de mosaico, pintura, vitral, areia colorida, pedras coloridas, cristais, espelhos, conchas - use sua imaginação!

JARDIM DE NÓ INGLÊS

No final do século XV, a influência dos jardins italianos renascentistas começaram a se espalhar, especialmente na França. A implantação de canteiros geométricos imensos foi aperfeiçoado pelos franceses - que fizeram uso de intrincados geométricos mais complexos - e chamado de "parterre". 

Orangerie - Château de Versailles

A moda dos parterres chegaram na Inglaterra nos séculos XVI e XVII, que por sua vez, re-inventaram os padrões implantando os nós tradicionais da cultura celta. Com influência dos jardins medievais, os jardins de nó eram menores e a combinação da borda retangular com o nó celta significa a celebração da humanidade, tema muito comum no jardim medieval. 

Os nós celtas originais representavam o infinito, o ritmo cíclico da vida. Aplicados nos jardins do século XVI, significava o tortuoso caminho que os cristãos devem percorrer para encontrar a Salvação. Mas os nós também possuiam significado romântico, representando a união matrimonial, onde a inicial dos amantes entrelaçados pelo nó compunha o design do jardim. 


Eram geralmente locados a vista da janela dos quartos de hóspedes das grandes mansões, afim de serem apreciados de cima. É basicamente composto de arbustos formalmente podados e seu interior preenchido com areia ou seixos, podendo ou não conter flores ou topiárias, dependendo da altura dos arbustos (que geralmente não passavam de 60cm) e do tamanho do jardim. 


O buxinho (Buxus sempervirens) era a espécie mais utilizada. A combinação de duas espécies também era comum para contraste e efeito tridimensional - a Santolina (Santolina chamaecyparissus) também era muito utilizada, assim como a Lavanda (Lavandula angustifolia) e o Alecrim (Rosmarinus officinalis).