sexta-feira, 15 de março de 2013

Mães Cósmicas & Divindades da Terra



A figura da Mãe Natureza está presente em muitas e diversas culturas - essa figura benevolente, mas por vezes destruidora, é adorada e temida ainda nos dias de hoje.

As Mães Cósmicas e Divindades da Terra estão intimamentes ligadas ou em certos casos os dois aspectos estão presentes em uma só entidade, indicando a relação entre os ciclos cósmicos e sua influência direta na fertilidade da terra. Citamos como exemplo Deméter e sua filha Perséfone da mitologia grega, cuja história explica o surgimento das estações do ano. Quando a filha é obrigada a deixar a mãe e retornar ao Reino Subterrâneo, a grande deusa da fertilidade se recusa a fazer seu trabalho, afogada em tristeza, e o mundo sofre com a infertilidade do inverno. A beleza e a vida voltam a brotar na primavera, quando Perséfone tem a permissão de deixar temporariamente o reino de seu marido Hades e voltar aos braços da mãe.

Os Sabbats são ritos solares associados à agricultura e ciclos reprodutivos. São celebrados ao longo do ano tendo relação direta com os Solstícios e Equinócios, explicando também as estações do ano. Porém, a história envolve a Deusa (que assume papel de mãe e amante) e o Deus (que assume o papel de filho e amante). A Deusa dá a luz ao Deus no Solstício de Inverno; a Deusa se recupera; no Equinócio de Primavera o Deus amadurece; a Deusa engravida; no Solstício de Verão a terra está banhada por amor e fertilidade; o Deus começa a perder suas forças e a Deusa sofre; no Equinócio de Outono o Deus se prepara para deixar o corpo; o Deus morre e pouco depois renasce a partir da Deusa.     


Quando se trabalha diretamente com a terra, é de grande importância saber respeitar essa fonte criadora e curadora - sim, pois a terra tudo cura. Essa é a lição da tartaruga, segundo o xamanismo - o alerta para a necessidade de honrar a terra, dar e receber dela e à ela - pois a tartaruga é considerada a personificação da energia da Mãe Terra.

Aumente sua conexão com a Mãe Natureza lendo mais a respeito de suas infinitas manifestações em diversas culturas:

GAIA
Grécia Antiga

Gaia era a deusa da Terra na Grécia Antiga. Ela emergiu do caos primitivo do universo e desempenhou um papel essencial a criação da primeira raça de seres, os Titãs. Também foi mãe de diversas outras raças míticas, como a dos Ciclopes, a dos Hecatônquiros e a das Eumênides, deusas temíveis que puniam a tradição familiar.



DEVI (Uma, Sati, Parvati, Lakshmi, Durga, Kali, Gauri)
Índia

A palavra 'Devi' significa 'Deusa' e designa a principal divindade feminina no hinduísmo. Ela personifica todas as deusas: criativas e destrutivas, pacíficas e guerreiras. Sua característica mais importante é a de ser esposa do deus Shiva.

Assim como todas as deusas se juntam na figura de Devi, todos os poderes divinos, tanto masculinos quanto femininos, se unem no casamento de Shiva e sua esposa. As famosas matadoras de demônios, Kali e Durga, representam o lado destrutivo da esposa de Shiva; já a carinhosa e gentil Parvati é a sua contraparte benevolente. Devi pode ainda ser vista como consorte de Vishnu, e então é denominada Lakshmi, reinando como a deusa da riqueza que traz sorte. Na mão direita ela segura a alegria e a dor, na esquerda distribui a vida e a morte.


 

PACHAMAMA
Peru

Pachamama é a deusa-terra da região andina, cujo culto data da época do império Inca. Os agricultores erguiam pedras-altares no centro de seus campos em honra à Mãe-Terra e, com preces, pediam-lhe um solo fértil e boa colheita. Na área de Cuzco, quíchuas atuais veneram Pachamama como a deusa da Agricultura a viver no interior da Terra. Divindade essencialmente feminina, as mulheres chamam-na de 'companheira' em suas preces. Para os povos andinos, toda a paisagem é um ser vivo, dotado de poder sobrenatural, acessível em locais sagrados conhecidos como huacas.




HERA (ou JUNO)
Grécia e Roma Antigos

Hera, por ser a irmã e esposa de Zeus era a rainha do Monte Olimpo. Entre seus filhos estão os deuses Ares, Hefesto, Hermes, Apolo & Ártemis (gêmeos). Reverenciada pelas mulheres, era a protetora das esposas e tinha o dom da profecia.
Festivais comemorando sua união com Zeus eram frequentemente organizados na Grécia. Existia, entretanto, um lado ruim em sua personalidade: quando Zeus, Poseidon e Hades dividiram o universo, Hera foi deixada de lado pelo marido. Isso, somado aos muitos casos amorosos de Zeus, tornou-a rancorosa. Seu ciúme nutrido contra suas rivais e contra os filhos de Zeus com outras parceiras tornou-se seu traço dominante e contribuiu para alguns dos mais dramáticos episódios da mitologia grega. Hera participou da rebelião contra seu marido e, ressentida por ter perdido um concurso de beleza entre as deusas, provocou o conflito que culminaria com a Guerra de Tróia.



 BONA DEA
Roma Antiga

Importante deusa romana da terra, Bona Dea, a "boa deusa", é uma figura misteriosa que jamais teve seu nome revelado publicamente e era cultuada por mulheres em ritos secretos sem registros. Há muitas hipóteses quanto à sua identidade e é possível se tratar de uma das deusas da natureza, conhecidas sob outros nomes. Uma candidata é Maia, a deusa a quem era consagrado o mês de maio e associada a Vulcano. Outra é Ops, a deusa sabina da plenitude; esposa de Saturno, presidia as colheitas, o que a aproxima da terra e de sua abundância. A mais provável porém é a deusa Fauna, popular entre as mulheres, irmã e esposa de Fauno (deus dos pastores e um antigo e mítico rei de Lácio.
Seus devotos dizem que ela possui o dom da profecia e consideravam-na casta, tanto que seus ritos eram oficiados pelas virgens Vestais em cerimônias exclusivas a mulheres. Comumente cultuada num templo, honravam-na ainda com um festival anual. Bona Dea era evocada para promover saúde  castidade e fertilidade. Era popular entre os libertos e entre os escravos que esperavam um dia serem libertos.




CIBELE
Roma e Grécia Antigas:

A deusa Cibele é originária da Frígia (atual Turquia), e acredita-se que os gregos tenham adotado seu culto após a Guerra de Tróia. Reverenciada em todo o mundo grego e mais tarde também no romano, ficou conhecida como a Grande-Mãe. Seus sacerdotes, os Galos, castravam-se para servi-la.




CERES & PROSERPINA (Deméter & Perséfone)
Roma e Grécia Antigas:

Deusa da Terra e da vegetação, Ceres era uma primitiva divindade adotada pelos romanos. Ela e a filha Proserpina foram identificadas como as equivalentes gregas Deméter e Perséfone. Relata-se que foi Ceres quem ensinou a agricultura aos homens, fazendo o sol aquecer a terra para que as plantações crescessem e induzindo os bois a baixarem a cabeça para que os homens pudessem cangá-los e fazê-los puxar o arado. Na época da colheita e assistido só por mulheres, um festival honrava Ceres com oferendas de trigo.

A bela Proserpina tornou-se a deusa do Mundo Subterrâneo. Após ter sido raptada por Hades, foi forçada a descer ao reino das trevas e lá passar uma parte do ano; na outra subia à Terra para anunciar os meses de primavera e verão. Geralmente é retratada segurando um feixe de trigo, símbolo de sua importância para a colheita, ou uma tocha, símbolo de sua estadia no sombrio Mundo Subterrâneo. O mais renomado de todos os cultos a Perséfone era o que prestavam a ela e a sua mãe, nos Mistérios de Elêusis.




FRIGGA 
Nórdicos

Como filha e esposa de Odin, Frigga estava entre os deuses nórdicos mais poderosos. Era a deusa do céu, descrita como vestindo-se com roupas de nuvens, que escureciam quando ela se enfurecia. Era associada a casamento, amor, fertilidade, nascimento e vida familiar. Sentada ao lado de Odin, assim como ele, intervinha nas questões humanas, embora em geral tomasse partido contrário ao marido, sendo essa uma das fontes de conflito do casal.
Embora fosse a deusa do casamento, era amante dos dois irmãos de Odin, e há registros de que também se envolveu com um escravo. Seu relacionamento com o filho, Balder, era conturbado. Sua participação involuntária na trágica morte de Balder levou -a a enviar o irmão deste , Hermod, ao mundo subterrâneo para suplicar por perdão.



KWANNON (QUAN YIN na China)
Japão

Kwannon é a deusa da misericórdia, fonte de piedade. Originalmente, era um bodhisattva masculino (no budismo, um ser iluminado), Avalokitesvara, "Senhor que Observa em Piedade". Suspenso à beira do Nirvana, Avalokitesvara fora incapaz de ir além do mundo temporal, pois ainda havia dor a ser aliviada, e então se transformou numa deusa que redime e ampara. Assim, Kwannon é representada às vezes sob forma masculina; outras vezes como uma deusa de muitos braços, a "Kwannon das mil mãos" - e olhando para baixo, indicando que zela pelo mundo.





GEB
Egito Antigo

Geb era o deus da terra. Em geral, é representado deitado de costas, com o falo ereto, por ter sido separado à força de Nut, o céu. Ás vezes o pintam de verde, a cor da vegetação.

Louvado como o "senhor de milhões de anos", era filho de Shu, o deus do ar seco, e de Tefnut, a deusa do ar úmido. Geb, a terra seca, e sua irmã Nut, a vasta abóboda celeste, deram à luz os principais deuses egípcios: Osíris, Hórus, Cego, Set, Ísis, Néftis. Geb ainda foi o juiz das reivindicações dos rivais Set e Hórus pelo trono, disputa que favoreceu o último.

Inscrita numa estela do período ptolomaico, uma lenda conta que o pai de Geb, Shu, já fraco e doenteascendeu ao céu, após ter sido rei do Egito por muitos anos. Por nove dias, a escuridão cobriu o mundo e o vento uivava pela terra. Geb aproveitou a ocasião para ir ao palácio de Shu em Mênfis e violentar sua mãe, Tefnut, que cobiçava. Longe de ser punido pelo ser ato, ao cabo dos nove dias, Geb subiu ao trono do Egito, enquanto Shu ficou junto à Rá, o deus Sol.
Na mitologia, Geb distingue-se por ser um deus-Terra masculino. Em seu templo em Iunu (perto de Cairo), era cultuado como um deus bissexuado.



 NERTO
Germânicos

O historiador romano Tácito descreve a deusa Nerto como a Mãe-Terra. Ela seria a deusa das tribos de uma ilha báltica e apareceria entre o povo num carro puxada por vacas que ninguém além de seu sacerdote podiam tocar. Enquanto estava entre o povo, todos baixavam suas armas e a paz prevalecia. Depois, retornava a seu bosque, onde escravos lavavam seu carro e em seguida eram sacrificados para preservar seus segredos.

MOKOSH
Eslavos

A deusa pagã da terra, Mokosh sobreviveu na religião popular russa como a mat' syraia zemlia ("Mãe-Terra úmida"). Era a deusa da fertilidade e prosperidade, e respeitavam-na como a uma mãe. Associada também à tecelagem e à fiação, representavam-na em bordados tradicionais russos como uma figura feminina com os braços erguidos, ladeada por dois cavaleiros.



Descrição das divindades retirada do "Guia Ilustrado Zahar de Mitologia"


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