"O
grande livro,
sempre
aberto e que devemos fazer um esforço para ler,
é aquele da
Natureza."
- Antoni Gaudí
Se você
perguntar a um curandeiro xamã como ele descobriu as propriedades medicinais de
certa planta, ele dirá na maior naturalidade: "A planta quem me
disse." Isso parece
absurdo aos ouvidos civilizados, porque é justamente a civilização que destrói nossa
sensibilidade, nosso senso de conexão com os seres. Vivemos numa sociedade que
prega o egoísmo mas que é indiferente à introspecção e à individualidade sadia.
O primeiro
passo é justamente desaprender tudo que nos foi ensinado até agora sobre o
mundo - como diz Henry D. Thoreau, "a Natureza é o refúgio dos
rebeldes". Desaprender é mais difícil que aprender. Para se reestruturar, é
preciso primeiro passar por um profundo processo de desapego, de destruição
interna (é o que retrata o Arcano XVI do tarô, A Torre); mas nem todo
mundo está disposto a passar por isso.
Analise sua
reação diante dos seguintes questionamentos: Você vê a planta como seu
semelhante? Você a coloca no mesmo nível em que você se coloca? Em que nível
você coloca Deus em relação a si? E Deus em relação à planta?
Se você
está achando complicado colocar todos no mesmo nível, é preciso que trabalhe
isso em você antes de começar. Não se preocupe, ninguém está exigindo
perfeição, o fato de você estar lendo sobre esse assunto já mostra uma
pré-disposição em aprender, digo, desaprender.
Observe
como seu Ego interfere na comunicação - que sentimentos vêm a tona quando você
faz uma tentativa? Nosso mundo interno se expressa através de impulsos
emocionais, analisar esses impulsos é um excelente exercício para o auto-conhecimento.
Por isso o mal funcionamento de um órgão é acompanhado de estados emocionais
específicos e se expressa nas camadas mais sutis também.
Somos
perfeitamente capazes de sincronizar com outros campos magnéticos, seja o de
uma planta, uma pedra, um animal, ou de outro ser humano. Quando o campo
eletromagnético do coração toca outro, uma cadeia de eventos ocorre em nosso
corpo. O coração - como órgão sensorial - processa o impacto dos eventos
externos e os reproduz internamente em forma de alterações de batimentos
cardíacos, liberação de hormônios, etc - é o corpo comunicando com si mesmo.
As plantas
são seres muito elegantes - elas esperam que iniciemos a conversa, mas sempre
respondem. Assim como a do corpo, a linguagem das plantas é diferente da nossa
e para entendermos o que elas tem a 'dizer' precisamos alterar nosso estado de
consciência. Através da meditação, desaceleramos o ritmo vibracional do cérebro
afim de sintonizar com o sutil estado vibracional das plantas - diminua a
atividade mental, tente se desligar dos estímulos externos, mantenha o corpo
relaxado, desacelere seus batimentos cardíacos e sua respiração...
As
respostas podem chegar a você de diferentes maneiras, isso depende da sua
pré-disposição pessoal. Quando se comunicam com as plantas, algumas pessoas sentem a informação através de
sensações físicas - toque as plantas, como seu corpo reage a elas? Outras
pessoas escutam - ouça o som
individual dessa planta, como ele sincroniza com o som do ambiente? Outras vêem - de olhos abertos, tente
visualizar o campo energético ao redor da planta. De olhos fechados, preste
atenção às imagens que surgem em sua mente: elas devem ser interpretadas de forma
literal ou simbólica?
Infelizmente,
nosso vocabulário é limitado demais para traduzirmos com precisão uma
experiência como essa. A língua é domínio da mente, as palavras matam a
percepção do coração - falando com o coração, não há limitação da linguagem. A palavra
escrita é uma ferramenta de auxílio ao entendimento, mas não é o entendimento
em si. Portanto, não tenho a pretensão de ensinar em um sistema passo-a-passo
como se comunicar com o reino vegetal - isso você já sabe intuitivamente - só peço
que se dê a oportunidade de tentar.
Masanobu Fukuoka
diz "Devemos procurar a Natureza por si mesmos" - você só pode obter
certos conhecimentos através dos próprios esforços. Todo o conhecimento do
Universo está na memória do seu campo energético e é acessível aos que se dispõem
a tentar alcançá-los. Esse é o princípio da teoria do Universo holográfico - cada
pedaço do holograma é uma respresentação exata do todo e reconstrói a imagem
inteira. É a idéia do "microcosmo e macrocosmo", "assim em cima
como embaixo", "homem feito à imagem e semelhança de Deus", etc.
- somos uma representação exata em menor escala do Universo, portanto, a
impressão energética fixa no holograma Universal, que é o conhecimento de Tudo
e do Todo, está também em cada um de nós. O cérebro tem o papel de sintonizar com
a fonte e buscar a informação, mas não é nele que reside o conhecimento.
Olha só
como a simples tentativa de se comunicar com as plantas desafia todo nosso
padrão de percepção da realidade! Por favor, encare o que foi dito aqui com
leveza, como uma atividade filosófica saudável. Deixo no ar um último desafio: se
eu pedir pra você apontar pra você mesmo, para onde você apontaria?
Gostei do texto, estou tentando fazer esse desligamento :), ser mais etéreo, Obrigado pela lição mestra...
ResponderEliminarParabéns pela iniciativa, não é fácil pra ninguém :) e vamos seguindo, porque o caminho é longo!
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